Teimosamente a graça é Deus, que se faz presente no mundo e na vida. Ressurge aqui e ali como erupção vulcânica inesperada. A graça invisível como Deus se faz visível quando estamos diante da beleza, da retidão, do amor que se oferece. Essa dádiva manifesta-se em seus sacramentos e nos sinais históricos na natureza e nas pessoas. Ela pode ser detectada e até saboreada.
A graça divina sempre supõe o ser humano e sua história. Não se vinga nem esmaga as realidades concretas. Deus não quer escravos nem súditos. Precisa de nós para manifestar-se. Objetiva um amor corresponsável. Deseja que o ser humano demonstre seu melhor e sua beleza. A graça supõe a natureza e nunca a despreza.
Fernando Altemeyer Junior, “Silhuetas de Deus”, Editora Vozes.
