Eu e minha casa serviremos ao Senhor! (Josué 24,15)

A Semana Nacional da Família é promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Este ano tem como lema: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” inspirado no livro de Josué. A liturgia dominical do Dia dos Pais, dia que também marca o início da Semana da Família ilumina a realidade familiar, particularmente aquelas que querem servir ao Senhor.

O evangelista Mateus relata (14, 22-23) que depois da multiplicação dos pães Jesus manda os discípulos irem à frente, para o outro lado do mar, enquanto ele iria subir ao monte para orar a sós. Cai uma tempestade. Pelas três horas da manhã Jesus vai ao encontro deles caminhando sobre a água. Cria-se uma situação de surpresa, medo, de diálogo e por fim calmaria.

Um pequeno barco navegando no mar experimenta sua pequenez e vulnerabilidade. O mar simboliza a vida presente, a instabilidade do mundo visível; a tempestade indica todos os tipos de tribulação, de dificuldade que oprime o homem. Podemos fazer uma analogia com as famílias navegando no mar da vida. A partir do momento em que um homem e uma mulher se encontram, se conhecem e decidem livre e conscientemente constituir uma família começa uma viagem que terá tempos de bonança e de tempestades. Alguns tão fortes que necessitarão gritos de louvor, alegria, enquanto outros de socorro e de ajuda. Agradecer e pedir socorro é uma atitude sábia.

A Igreja convida as famílias para servirem o Senhor. No episódio do evangelho, quando Jesus se aproxima, no meio da tempestade, os discípulos estavam assustados com a tempestade e surpresos ao verem-no caminhando sobre a água. Tendo o medo tomado conta, Jesus pede que confiem nele. Pedro solicita um sinal para crer. Também quer caminhar sobre a água, mas devido a sua fragilidade precisa da mão estendida de Jesus para dar-lhe segurança. Sim, Pedro vacilou, mas também é exemplo de quem se joga nos braços de Jesus.

 Aquilo que Jesus disse a Pedro, vale para todas as famílias: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo”. “Vem”. Vivemos num mundo plural onde circulam muitas visões sobre a vida familiar. Não faltam conselheiros convidando para seguirem o modelo proposto por eles. Assim como Jesus pediu para confiar nele, os outros convites também pedem fé. Cabe fazer o discernimento de confiar em quem. E quando esta família começar a afundar e gritar “salva-me” receberão uma mão estendida de quem?

A presença de Deus gera paz. Quando Jesus sobe ao barco, o vento se acalmou. A primeira leitura do domingo do livro dos Reis 19,9a.11-13a, conta a que o profeta Elias encontra Deus no “murmúrio de uma leve brisa” depois de sofrer perseguição e tribulação. Depois da crise, do trabalho cansativo, do stress da vida faz-se necessário às famílias fazer o que Jesus fez: “Subiu ao monte, para orar a sós”. Ficar sós e experimentar a alegria da calmaria.

Escreve o Papa Francisco: “Se a família consegue concentrar-se em Cristo, Ele unifica e ilumina toda a vida familiar. Os sofrimentos e os problemas são vividos em comunhão com a Cruz do Senhor e, abraçado a Ele, pode-se suportar os piores momentos. (…) Por outro lado, os momentos de alegria, o descanso ou a festa, e mesmo a sexualidade são sentidos como uma participação na vida plena da sua Ressurreição. A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar esta fé pascal” (Amoris Laetitia,  317,318).

Deus abençoe os pais e através deles todas as famílias.

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo

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